Há 41 anos, o menino de beira rio, dos meio dos campos de Cachoeira, banhista de igarapé, deixava o plano físico. Um dos maiores romancista da literatura nacional do século XX, laureado pela Academia e reconhecido por outros grandes nomes da literatura nacional, que foram seus amigos, conviveram e, até mesmo, duelaram por livros de atas com ele.
Nascido em Ponta de Pedras, no Pará, em 10 de janeiro de 1909, criado em Cachoeira do Arari, no Marajó, do mesmo estado, Dalcídio teceu 10 romances conhecidos como o Ciclo do Extremo Norte. Os romances tratam da dura realidade do povo pobre paraense dos chalés e ribanceiras do Marajó e dos subúrbios de Belém, dando voz e protagonismo a "criaturada grande".
Apesar da inovadora e brilhante obra, Dalcídio amargou em vida um ostracismo literário gigantesco. Brilhante, mas desconhecido da maioria das pessoas. Sempre falo, todo leitor de Dalcídio sofre um pouquinho com essa dura realidade da obra do autor.
Eu mesmo, paraense que sou, só "conheci" Dalcídio por causa de Jorge Amado e Graciliano Ramos. E quantas vezes não perguntei, a mim mesma, ao abrir um livro de Dalcídio: isso é de uma qualidade tão grande, porque tão pouco reconhecido, Dalcídio?
O mesmo sentimento profundo que me faz sempre lembrar do pio das corujas de Graciliano Ramos. O mesmo sentimento profundo que me faz lembrar da Bahia de Jorge Amado. É o mesmo, ainda que diferente, sentimento profundo que encontro fincado na bela narrativa poética de Dalcídio Jurandir.
Sigo a espera do dia, que muitos outros leitores, descobriram o encanto das linhas desse gigante de "escassa musculatura" da literatura nacional.
Viva Dalcídio! Feliz Dia de Alfredo!
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