"O carteiro nunca saberá que a destinatária não existe; que foi sequestrada, torturada e assassinada pela ditadura militar. Assim como o ignorarão, antes dele, o separador das cartas e todos ao seu entorno. O nome no envelope selado e carimbado, como a atestar autenticidade, será o registro topográfico não de uma falha do computador, e sim de um mal de Alzheimer nacional. Sim, a permanência do seu nome no rol dos vivos será, paradoxalmente, produto do esquecimento coletivo do rol dos mortos." B, Kucinski. K. São Paulo: Expressão Popular, p. 17.