Pular para o conteúdo principal

Quando ela Canta...

Hoje acordei com saudade de Nara Leão... Comecei o dia ouvindo Nara... Termino o dia ao som de Nara... Um voo alto... Bem alto... 






Sua voz quando ela canta
me lembra um pássaro mas
não um pássaro cantando:
lembra um pássaro voando

(Ferreira Gullar)








Nara é pássaro, sabia?
E nem adianta prisão
para a voz que, pelos ares,
espalha sua canção.

(Carlos Drummond de Andrade)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mostra traz filmes silenciosos acompanhados de música ao vivo em São Paulo

Daniel Mello Repórter da Agência Brasil Os Últimos Dias de Pompéia São Paulo - Imagens em movimento que contam histórias sem voz ou som ambiente. Essa é a essência da quinta edição da Jornada Brasileira do Cinema Silencioso, este ano com 57 obras do início do século 20. “É um cinema muito bom. Em vez de uma deficiência, eles aproveitavam o fato de não ser falado para narrar a partir de outros elementos, da montagem, dos atores, da movimentação. Era uma outra linguagem”, explica o curador musical do evento, Livio Tragtenberg. Ele foi o responsável por selecionar os músicos que acompanham com performances ao vivo a exibição das películas. As apresentações são praticamente uma atração a parte e têm a finalidade de aproximar os filmes da atualidade. “Trabalho muito pouco com a ideia passadista de ilustrar o filme, uma coisa decorativa na música. A gente tenta atualizar, no sentido de fazer músicas que tragam interesse para o expectador de hoje nesses filmes.” São obras que retrata

Transversal do Tempo

                                                      Transversal do Tempo (João Bosco/Aldir Blanc) As coisas que eu sei de mim São pivetes da cidade Pedem, insistem e eu Me sinto pouco à vontade Fechada dentro de um táxi Numa transversal do tempo Acho que o amor É a ausência de engarrafamento As coisas que eu sei de mim Tentam vencer a distância E é como se aguardassem feridas Numa ambulância As pobres coisas que eu sei Podem morrer, mas espero Como se houvesse um sinal Sem sair do amarelo

Notícias

Entre mim e os mortos há o mar e os telegramas. Há anos que nenhum navio parte  nem chega. Mas sempre os telegramas frios, duros, e sem conforto. Na praia, e sem poder sair. Volto, os telegramas vêm comigo. Não se calam, a casa é pequena para um homem e tantas notícias. Vejo-te no escuro, cidade enigmática. Chamas com urgência, estou paralisado. De ti para mim, apelos, de mim para ti, silêncio. Mas no escuro nos visitamos. Escuto vocês todos, irmãos sombrios. No pão, no couro, na superfície macia das coisas sem raiva, sinto vozes amigas, recados furtivos, mensagens em código. Os telegramas vieram no vento. Quanto sertão, quanta renúncia atravessaram! Todo homem sozinho devia fazer uma canoa e remar para onde os telegramas estão chamando. Carlos Drummond de Andrade